sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Síndrome de Edward Mãos-de-Tesoura

Por Wagner Nogueira
Todos nós sentimos, ouvimos, olhamos e pensamos sobre o mundo à nossa volta de formas diferentes. Apesar de o nosso planeta ser o local físico onde todos nós moramos, é como se cada um de nós vivesse em um mundo único e particular, onde tentamos entender como tudo funciona e quais são as suas regras. Quando duas pessoas começam a se conhecer e a desenvolver o que chamamos de intimidade, existem grandes possibilidades das interpretações, sentimentos e percepções desse mundo e das coisas que acontecem neles se chocarem, é o que eu chamo de SÍNDROME DE EDWARD MÃOS-DE-TESOURA...

“Edward é um humanóide não terminado por seu criador que morre no momento que iria substituir as lâminas afiadas que ele tem no lugar das mãos. Edward vive solitário em seu castelo até que surge no local uma vendedora da Avon, que resolve levá-lo para casa. Ai começa a fábula do monstro sensível perdido naquele mundo estranho e hostil, onde terá, principalmente, de enfrentar a impossibilidade da concretização de seu amor”

Não conheço ninguém que nunca tenha assistido Edward Mãos de Tesoura, que é um clássico de sessão da tarde! Basicamente, é um lindo conto de fadas, onde mais uma vez o protagonista é rejeitado por ser diferente dos demais, uma alusão a todas as formas de preconceito. Mas além dessa interpretação óbvia, eu percebi algo além... Edward representa a inocência de nossos atos, que muitas vezes de forma acidental, acabam ferindo pessoas que gostamos.

Todos nós temos personalidades, gostos e atitudes diferentes (pelo menos parcialmente) e quando conhecemos pessoas novas, que consideremos interessantes à primeira vista, logo tentamos estabelecer algum tipo de laço. Nos esforçamos um pouco (mesmo que inconscientemente) para parecermos pessoas igualmente interessantes e que valham à pena se ter uma amizade. O que muitas vezes fazemos de forma errada, pois julgando pelas aparências, supomos que essa determinada pessoa vai gostar de tudo que vamos falar e sem nos conter, muitas vezes expomos nossos gostos, percepções e interpretações desse mundo no momento errado, antes de saber quase nada sobre a outra pessoa, que pode ter uma visão totalmente contrária a sua. E por falta de cautela saímos com nossas mãos de tesouras afiadas cortando, ferindo e destruindo qualquer chance de ter uma boa amizade (com muita tolerância é claro) ou na pior das hipóteses, criando uma possível inimizade. E isso não acontece só com amizades recentes, também temos a ilusão de por que temos amizades há muitos e muitos anos, que não deve existir limite pra o que vamos falar ou expressar, um pensamento muito tolo.

“Edward Mãos-de-tesoura é um filme que fala sobre a necessidade de o ser humano praticar o exercício da tolerância e de conviver pacificamente com os que são (ou considerados como tal) diferentes.”

Se a intimidade é algo bom ou não, não é um assunto que vou discutir nesse post, futuramente quem sabe. Mas é algo que tem que ser tratado com muita cautela e que não devemos sair oferecendo a qualquer um. Em meus posts vou sempre tentar discutir assuntos cotidianos e de relacionamento humano, mas pela minha visão e interpretação do mundo (e pela experiência própria é claro), portanto aos seus olhos poderá ser algo totalmente equivocado. Só tenha cuidado com essa tesouras em suas mãos antes de vir falar comigo e me criticar...haha!

E Lembre-se: Só temos uma chance de causar uma primeira boa impressão, mas temos várias para destruí-la...

Obs: Alugue, compre, baixe ou espere o filme passar novamente na sessão da tarde (haha) e tire as suas próprias conclusões, mesmo que não concorde com uma só palavra que eu escrevi, vai valer à pena, pois é um lindo filme, apesar de fazer propaganda da Avon.

4 comentários:

Anônimo disse...

Vi o filme varias vezes e acho que o Eduard não machucou ninguem, as propias pessoas se feriram com a inveja e tbm pelo medo dele ter um ser diferente e com tantas qualidades.
Eu não me considero um Eduard, ele era injenuo, já eu não.

Wagner Nogueira disse...

Primeiro gostaria de agradecer pelo comentário. É muito bom que alguém tenha se importado em demostrar a sua opinião, mesmo que seja contrária a minha. Sobre o seu ponto de vista, se você olhar no meu texto, verá que eu disse que Edward para mim seria uma alusão aos nossos atos ingênuos e acredite mesmo não se achando ingênuo, muitas vezes temos atitudes que consideramos totalmente inocentes, mas que machucam as pessoas. Não quiz comparar Edward a nós e sim a algumas de nossas atitudes.
Da próxima vez pode falar abertamente sem a necessidade de usar a máscara do anônimato...
Mais uma vez, muito obrigado!

Wagner Nogueira

Anônimo disse...

Descupe amigo, mas eu não pensei que iria responder. Meus nome é Claudio e não me expressei bem com o comentário. Quis diser que é do ser humano achar sempre uma lacuna pra dar uma descupa e bla bla bla...
Somos imaturos sim, ate certo ponto. Ingenuo?!?! ja não sei. Somos muito evoluidos para usarmos essa desculpa.
mas não quero tecer discussões, só uma opinião dentre muitas perdidas pelo mundo. Parabens pela iniciativa em meia a tantas outras. Espero que consigão chegar a serem reconhecidos como tantos outros blogs..... até a proxima!!!

Unknown disse...

Imaturidade é o que move a humanidade a viver a meio a tantos preconceitos e não aceitar o próximo como realmente é. Talvez pelo simples fato de sermos tão radicais as nossas próprias opiniões...Ingênuo!? Não acredito que sejamos ingênuos, mas egoístas no modo de pensar e agir.

Parabéns pelo texto!
Espero que essa iniciativa chegue a mudar alguma coisa.